sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Cavalo de Turim

   O Cavalo de Turim, (em húngaro, A Torinói Ló), é um filme de Béla Tarr que, mesmo não tendo feito muito sucesso, ainda considero como meu filme predileto. Estreou em 2011 e tem como elemento principal o preto e branco artístico. É por isso que sempre digo: os amantes de pb PRECISAM assistir a este filme! Ganhou inclusive prêmios no Festival de Berlim. Bom, não possui uma história definida e pode parecer meio monótono, à primeira vista, mas ainda assim esse filme é de uma beleza e tensão de supremacia perfeita. Inicia com um breu e apenas umas voz falando, de maneira enigmática, sobre a identidade dos cavalos e os associando a Nietzsche. Depois, aparece uma imagem lenta, que dura oito minutos, de um homem cavalgando em um cavalo. Ah, esqueci-me de mencionar: o filme possui apenas uma música, tensa e atonal, que se repete em trechos alternados. Essa música é tão bela, mas tão bela, que às vezes ponho o filme para rodar apenas para ouvi-la. Possui, pelo que identifiquei, dois cellos e um órgão, mas tenho certeza que há muitos instrumentos escondidos que ainda descobrirei. O senhor montado no cavalo possui uma filha, que aparece ao longo do filme com ele, e, diria eu, são os únicos personagens que aparecem no filme. Você se pergunta: dois?! Apenas dois personagens?! Sim, se não fosse por um terceiro, um homem que aparece durante dez minutos e depois sai de cena. Ah, mas também tem o cavalo, que o próprio Tarr incluiu no elenco, Ricsi é o nome dele, e você pode constatar quando estão aparecendo os créditos iniciais. 
     O velho e a sua filha adulta moram numa choupana no meio do nada, literalmente, e comem apenas batatas, todos os dias. Possuem um poço, sua única fonte de vida, mas que ao longo do filme algo, que não irei contar, ocorre com ele, graças ao agouro de certos ciganos, que aparecem ao longo de cinco ou oito minutos (diria eu que são apenas personagens bem secundários, mas que, como todos no filme, posuem uma certa importância). O filme divide-se em dias, e em cada um deles uma tragédia acontece e, no decorrer do filme, o ancião e sua filha sentem que precisam deixar o casebre. Não irei contar o que acontece no final, mas sei que apenas os que apreciam verdadeiramente a arte do preto e branco, como eu, saberão assistir esse filme de maneira visionária.
    Bom, e outro ponto: é presenciada em todo o filme uma ventania assustadora, que leva embora toda a poeira e as árvores. Até fiquei preocupada com o cabelo da mulher, pois eu estava prestes a oferecer um pente a ela! E sim, eles são camponeses paupérrimos, cuja fonte de renda é desconhecida. De qualquer maneira, esse filme estupendo não pode ser recomendado para todos, portanto colocarei algumas fotografias dele aqui para que tenham alguma ideia da beleza que ele é. Espero que apreciem o filme, caso fiquem curiosos e baixem pela inernet, ou quem sabe comprem em DVD.







Foto mais famosa do filme




Por Nathalia

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